domingo, 21 de outubro de 2012

Entrevista com Luciana Lopes

                                                 Doutora Luciana Lopes

Doutora Luciana Lopes da Costa, de 37 anos, é formada em Direito pela Universidade Gama Filho. Natural do Rio de Janeiro, advoga, no campo esportivo, para clubes como Bangu Atlético Clube, América Futebol Clube, Associação Desportiva Cabofriense, Friburguense Atlético Clube, Clube de Regatas Vasco da Gama, Madureira Esporte Clube e Resende Futebol Clube.   

1- Doutora Luciana, o que lhe fez optar por um trabalho relacionado à área esportiva? Quais foram os principais motivos que influenciaram a sua escolha?

R: Sempre gostei muito de futebol e, até hoje, sou apaixonada pelo esporte. Cursei a faculdade de direito e desejava poder empregar meus conhecimentos em uma área da qual gostava, o esporte. Foi, acima de tudo, um grande desafio, pois o direito esportivo é uma área restrita, mas o interessante é que as causas são decididas mais rapidamente do que em outras áreas.
2- Qual foi o caso mais marcante e de maior repercussão que a doutora já defendeu?
R: O caso que mais me marcou foi justamente agora, em 2012. Em uma partida entre o Vasco e o Flamengo, válida pela Taça Rio, do Campeonato Carioca, cinco atletas – Diego Souza, Fagner, Felipe Bastos, Rodolpho e Eduardo Costa - do Vasco foram denunciados pela Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva em função de suas condutas contra o árbitro Vagner dos Santos Rosa. Eu sabia que seria difícil defendê-los em função da prova de vídeo. O jogo encontrava-se empatado, em 1 a 1, quando o juiz marcou um pênalti, já nos acréscimos. Os jogadores cercaram o árbitro, protestando contra a marcação. Foi na cobrança desse pênalti que o Flamengo virou o jogo para 2 a 1. Era preciso que a pena, a qual os atletas foram condenados, fosse maior do que quatro jogos para que fosse possível recorrer judicialmente. Conseguindo um efeito suspensivo, os jogadores poderiam entrar em campo para disputar nova partida contra o Flamengo. Os cinco jogadores eram considerados de grande importância nessa etapa. Vencendo o Flamengo, o próximo desafio seria o Botafogo, nas semi-finais do Campeonato. 

3- O fato de ser filha do Presidente da Ferj, o Dr. Rubens Lopes, já lhe gerou algum tipo de pré-julgamento?
R: Por ser filha do Presidente da Federação Esportiva do Rio de Janeiro, o pré-julgamento é inevitável. Trabalho, em relação a esse fato, com muita tranquilidade, pois já milito nessa área há doze anos e meu pai é presidente somente há cinco. Vários de meus contratos de trabalho foram assinados antes de meu pai assumir a presidência da FERJ. Os contratos posteriores vêm sendo renovados naturalmente, o que me dá certeza de que venho desenvolvendo um bom trabalho.

4- Muitas pessoas criticam o fato de, no futebol brasileiro, os jogadores conseguirem escapar de punições jurídicas com facilidade. Como enxerga essa questão?
R: Não vejo essa questão dessa forma. A justiça desportiva tem se apresentado cada vez mais rigorosa. Penso que talvez as pessoas não compreendam o mecanismo de funcionamento da justiça nessa área e têm a impressão de que as punições são brandas, quando, na verdade, não são.

5- Levando em consideração a recente saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo, como a doutora analisa o conflito entre o clube e o atleta na justiça? Por quê?
R: Não tenho conhecimento dessa causa. Não posso falar de um processo no qual não estou envolvida.

6- Qual a sua opinião sobre o fato de o Maracanã ter passado por reformas para os jogos pan-americanos de 2007, estar em reformas no momento e ainda existir uma previsão de que seja mais uma vez reformado antes dos jogos olímpicos de 2016?
R: Sou a favor das obras, ainda que seja necessário que sejam refeitas futuramente. As obras normalmente se devem à necessidade de adequação aos padrões internacionais. Há exigências que devem ser cumpridas. Com as obras, o público terá um estádio mais moderno e confortável sem que isso altere sua essência.

7- Não só o Vasco, como todos os outros grandes clubes do Rio, vêm enfrentando sérias crises financeiras. O que, exatamente, fez com que o atleta Bernardo deixasse o Vasco? Por que ele foi o único a sair do clube se muitos outros jogadores estavam em situação parecida?
R: Não posso responder tal questionamento, uma vez que não estou inserida na área trabalhista. No Vasco da Gama, trabalho apenas com a área desportiva.

8- Qual é o seu time de coração? Existe algum motivo especial que tenha influenciado a sua escolha?
R: No momento, não torço por nenhum time em particular. Torço por meus clientes porque, não fosse assim, estaria torcendo contra mim mesma. Se fosse possível, para ajudar o time, eu seria capaz até de entrar em campo, mesmo porque, a camisa, eu já visto!

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