Doutora Luciana Lopes da Costa, de 37 anos, é formada em Direito pela Universidade Gama Filho. Natural do Rio de Janeiro, advoga, no campo esportivo, para clubes como Bangu Atlético Clube, América Futebol Clube, Associação Desportiva Cabofriense, Friburguense Atlético Clube, Clube de Regatas Vasco da Gama, Madureira Esporte Clube e Resende Futebol Clube.
1- Doutora Luciana, o que lhe fez optar por um trabalho relacionado à área esportiva? Quais foram os principais motivos que influenciaram a sua escolha?
R:
Sempre gostei muito de futebol e, até hoje, sou apaixonada pelo esporte. Cursei
a faculdade de direito e desejava poder empregar meus conhecimentos em uma área
da qual gostava, o esporte. Foi, acima de tudo, um grande desafio, pois o
direito esportivo é uma área restrita, mas o interessante é que as causas são
decididas mais rapidamente do que em outras áreas.
2- Qual
foi o caso mais marcante e de maior repercussão que a doutora já defendeu?
R:
O caso que mais me marcou foi justamente agora, em 2012. Em uma partida entre o
Vasco e o Flamengo, válida pela Taça Rio, do Campeonato Carioca, cinco atletas
– Diego Souza, Fagner, Felipe Bastos, Rodolpho e Eduardo Costa - do Vasco foram
denunciados pela Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva em função de
suas condutas contra o árbitro Vagner dos Santos Rosa. Eu sabia que seria
difícil defendê-los em função da prova de vídeo. O jogo encontrava-se empatado,
em 1 a 1, quando o juiz marcou um pênalti, já nos acréscimos. Os jogadores cercaram
o árbitro, protestando contra a marcação. Foi na cobrança desse pênalti que o
Flamengo virou o jogo para 2 a 1. Era preciso que a pena, a qual os atletas
foram condenados, fosse maior do que quatro jogos para que fosse possível
recorrer judicialmente. Conseguindo um efeito suspensivo, os jogadores poderiam
entrar em campo para disputar nova partida contra o Flamengo. Os cinco
jogadores eram considerados de grande importância nessa etapa. Vencendo o
Flamengo, o próximo desafio seria o Botafogo, nas semi-finais do Campeonato.
3- O
fato de ser filha do Presidente da Ferj, o Dr. Rubens Lopes, já lhe gerou algum
tipo de pré-julgamento?
R:
Por ser filha do Presidente da Federação Esportiva do Rio de Janeiro, o
pré-julgamento é inevitável. Trabalho, em relação a esse fato, com muita
tranquilidade, pois já milito nessa área há doze anos e meu pai é presidente
somente há cinco. Vários de meus contratos de trabalho foram assinados antes de
meu pai assumir a presidência da FERJ. Os contratos posteriores vêm sendo
renovados naturalmente, o que me dá certeza de que venho desenvolvendo um bom
trabalho.
4- Muitas
pessoas criticam o fato de, no futebol brasileiro, os jogadores conseguirem
escapar de punições jurídicas com facilidade. Como enxerga essa questão?
R:
Não vejo essa questão dessa forma. A justiça desportiva tem se apresentado cada
vez mais rigorosa. Penso que talvez as pessoas não compreendam o mecanismo de
funcionamento da justiça nessa área e têm a impressão de que as punições são
brandas, quando, na verdade, não são.
5-
Levando em consideração a recente saída de Ronaldinho Gaúcho do Flamengo, como
a doutora analisa o conflito entre o clube e o atleta na justiça? Por quê?
R:
Não tenho conhecimento dessa causa. Não posso falar de um processo no qual não
estou envolvida.
6- Qual
a sua opinião sobre o fato de o Maracanã ter passado por reformas para os jogos
pan-americanos de 2007, estar em reformas no momento e ainda existir uma
previsão de que seja mais uma vez reformado antes dos jogos olímpicos de 2016?
R:
Sou a favor das obras, ainda que seja necessário que sejam refeitas
futuramente. As obras normalmente se devem à necessidade de adequação aos
padrões internacionais. Há exigências que devem ser cumpridas. Com as obras, o
público terá um estádio mais moderno e confortável sem que isso altere sua
essência.
7- Não
só o Vasco, como todos os outros grandes clubes do Rio, vêm enfrentando sérias
crises financeiras. O que, exatamente, fez com que o atleta Bernardo deixasse o
Vasco? Por que ele foi o único a sair do clube se muitos outros jogadores
estavam em situação parecida?
R:
Não posso responder tal questionamento, uma vez que não estou inserida na área
trabalhista. No Vasco da Gama, trabalho apenas com a área desportiva.
8- Qual
é o seu time de coração? Existe algum motivo especial que tenha influenciado a
sua escolha?
R: No momento, não torço
por nenhum time em particular. Torço por meus clientes porque, não fosse assim,
estaria torcendo contra mim mesma. Se fosse possível, para ajudar o time, eu
seria capaz até de entrar em campo, mesmo porque, a camisa, eu já visto!
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